A festa com a "cara" dos noivos

Já perdi as contas de quantas vezes li ou ouvi algumas frases do tipo “o casamento deve ter a 'cara' dos noivos” ou “o casamento deve refletir a personalidade dos noivos”. Eu, particularmente, concordo apenas 50% com estas afirmações e vou explicar o porquê.

É claro que os noivos não devem fazer uma festa que não reflita seus gostos pessoais, mas isso deve ter uma certa ponderação. Por exemplo, se você odeia azul, não vai fazer a sua decoração azul tifanny só porque é a cor sensação do momento, né? Mas isso é uma opção que não irá influenciar em nada o bem-estar dos seus convidados. Logo, vale investir na cor que mais lhe agrade. Porém, algumas noivas têm desejos descabidos que acabam estragando a festa e fazendo com que eles queiram logo ir embora.

Para que tenham idéia melhor do que estou dizendo, vou relatar para vocês o que uma colega veio dizer sobre um casamento em que eu fui convidada, mas não pude comparecer... Em primeiro lugar, o casamento em questão seria em uma fazenda no interior do interior onde os noivos nasceram e viveram a vida toda, ou seja, a cidade inteira os conheciam. Segundo, o local é uma área onde as pessoas são, em maioria, de classe humilde, embora os noivos tenham uma condição de vida melhor...

E o que esta colega veio me contar (ela mora na cidade dos noivos e acompanhou de perto os boatos sobre a festa)? Ela disse que achou desnecessário cinco seguranças na porta do sítio, que é em uma cidade simples, como se alguém fosse querer invadir a festa. Ela também contou que os familiares do noivo, que é a parte mais afortunada, estavam vestidos de forma muito chique, o que fez com que outros convidados se sentissem mal arrumados. E para piorar a situação, escolheram um cardápio totalmente sofisticado para uma região onde as pessoas estão acostumadas a comer buchada, tapioca, frango caipira, etc. Resumindo: as pessoas estavam sentindo-se “um peixe fora d’água” e saíram falando mal do casamento.

Essa colega também contou que as frescuras sobre o casamento eram tantas, que muitos convidados deixaram de comparecer porque já estavam receosos com os comentários, e que teve gente que até recusou convite para ser madrinha/padrinho. Além disso, o casamento seria para umas 300 pessoas, entretanto ela disse que foram, no máximo, 150. Então, muchachas, pensem: para quê tanto dinheiro investido se era para satisfazer apenas as vontades dos noivos?

Outro dia, em uma degustação, uma noiva falou comigo sobre um local de festas em que a noiva chega de helicóptero e pareceu-me que ela estava empolgada com isso. Sabe o que respondi? “Fulana, você é uma pessoa que tem condições de andar periodicamente de helicóptero? Seus convidados estão acostumados com isso? Se não for o caso em pelo menos em uma das questões, não faça isso. Sabe por quê? Porque certamente ‘o tiro vai sair pela culatra’, pois isso poderá ser motivo de gracinha entre seus convidados. E pior: se tiver qualquer coisa que não saia perfeitamente no seu casamento, eles vão dizer que foi porque você economizou dinheiro para chegar de helicóptero”. Ela retrucou: “E se for meu sonho?”. Eu disse: “Você pode realizar esse sonho sem a presença dos seus convidados te aguardando ou pode também correr este risco”.

Enfim, não estou criticando quem acha que “a festa deve ter a cara dos noivos”, mas sim levantando considerações para que as noivas tentem dar aquele ar pessoal aos seus casamentos, mas pensando sempre em agradar a maioria. Analisem que por mais que as pessoas gostem de vocês, elas não ficaram por muito tempo onde não estão sentindo-se confortáveis.

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